Writing on the Wall (Escócia)
Surgida na Escócia, essa obscuríssima banda iniciou sua trajetória em 1966 como uma banda underground até a gravação dessa obra prima do rock raro em 1969. Foi o único registro do grupo até 1973, quando os integrantes encerraram seus trabalhos sem obter qualquer sucesso. Pictures of the picts se tornou o cálice sagrado do conjunto e cravou seu nome na interminável história das grandes injustiças da indústria musical.
A banda produzia um som pesado, com muito suinge e climas misteriosos navegando com destreza em águas psicodélicas. O casamento entre o excelente trabalho de guitarra e o onipresente órgão, seguidos por uma bateria nervosa e um baixo pulsante e melodioso impede a existência de espaço vazios no disco. Tudo feito com muita contundência. O vocal dramático e agressivo de Linnie Petterson conduz a massa sonora que poderia muito bem ser a trilha sonora do apocalipse.
O Wall, como era chamado pelos muitos fans do norte das ilhas britânicas, chegou a ser muito executado pelo lendário DJ John Peel na Radio One, da rede BBC, mas o sucesso não se converteu em vendagens de Pictures of teh Picts. O som complexo da banda remete a momentos do Cream e do Experience de Jimi Hendrix, assim como a climas de Pink Floyd, fase psycho, e Procol Harum.
O mais bizarro de tudo é que o Wall se apresentou no Brasil em pleno ano de 1972, quando o país apenas sonhava em entrar na rota mundial do rock. Eles vieram se apresentar no Festival Internacional da Canção daquele ano, como uma das grandes atrações internacional do evento. Na liners notes de seu CD, relançado em 2000 pela Repertoire, a aventura brasileira, como os membros do grupo se referem à viagem ao Brasil para participar do festival, foi descrita como uma das mais grandiosas experiências musicais que tiveram, tendo sido muito enriquecedor o contato com artistas ricos e diversificados musicalmente, como Mutantes, Cateano, Gil, Jorge Bem, Tim Maia, Elis Regina, Rogério Duprat, etc...Uau! Sempre surpreendente esse mundo do rock!

Putz, nunca ouvi falar. Esse baú do Rock raro, do Proto-Metal, do Psych-Rock... é infinito. Essa história no BR então é inacreditável. Tô ouvindo o disco no YouTube e é exatamente como na descrição do texto. Excelente. Bela dica, brow.
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