O grupo "Life Of Agony" foi formado no bairro do Brooklyn, em NYC, em 1989. O cantor Keith Caputo, o guitarrista Joey Z. e o baixista Alan Robert tocavam na cena "underground" da cidade com diversos bateristas. Ao longo do tempo, eles aperfeiçoaram seu som, um híbrido de Heavy Metal e Hardcore Punk cheio de raiva e conquistaram um devoto público. Em 1990, com o baterista Kenny Pedersen soltaram independentemente uma fita demo, "Death On The BMT", com 6 faixas + 2 ao vivo. Em 1991, lançaram outra fita demo, "Depression", com 8 faixas e, desta vez, com Eric Chan na bateria.
Com esta mesma formação, ainda em 1991, soltaram outra demo, "The Stain Remains" (de 5 faixas). Quando estavam próximos de assinar com a gravadora Roadrunner Records, eles firmaram com o baterista Sal Abruscato (ex-Type O Negative) como membro permanente. Na sequência, partiram para a gravação do álbum de estreia, "River Runs Red", espécie de desdobramento natural do tipo de show que eles faziam, na época, nos palcos. Com uma combinação única de Hardcore novaiorquino, Metal e um toque de Grunge assustador (pense em Alice In Chains), o Life Of Agony encanou uma gigantesca energia direta, cheia de agressividade, e conquistou a imprensa especializada imediatamente. Com ótimas resenhas e sucesso comercial, "River Runs Red", lançado em out/93, era um álbum conceitual focado em suicídio e explorava ainda temas como falta de respeito, alcoolismo e abandono. O disco abria com a faixa "This Time" que apresentava um pai que deixava sua família e começava uma nova vida com uma nova esposa. Musicalmente, o som era um crossover e variava do Hardcore ao Grunge, passando pelo Thrash/Sludge Metal, tudo na mesma canção. Climas cheios de emoção, escuridão, desesperança, riffs esmagadores e pesadíssimos, coesão e acessibilidade (as canções grudavam na cabeça), passagens "doom", artilharia Thrash, múltiplas quebradas, súbitas disparadas Hardcore, refrões como gritos de gangues, numa combinação de tantos estilos que funcionava surpreendentemente bem empolgando ouvintes. E causava impacto ainda maior após audições repetidas. Acabou servindo para conquistar fãs de diferentes gêneros o que lhes atraiu grande público. Na medida em que as faixas iam se sucedendo, várias personagens iam sendo apresentadas ("Monday" trazia a mãe que sofria com abusos verbais e era negligente com seu bebê; a faixa-título mostrava que o filho tinha tendências suicidas; "Thursday" mostra-o sendo repreendido por sua mãe, depois sendo demitido do emprego e recebendo notificação na escola; na última faixa, "Friday", o garoto chega em casa, recebe insultos da mãe, reage num bate-boca e quebra-quebra, entra para o banheiro e corta os pulsos. A mãe invade o banheiro e grita de horror ao ver o filho morto). Pesado? Sim. Sombrio? Muito. Imagine isto tudo debaixo de um mix dominado por guitarras metálicas, num tipo de música super depressiva. Apesar da temática difícil, o disco conseguiu encapsular uma sonoridade clássica dos anos 90. Os vocais de Caputo eram maníacos, capazes de aterrorizar e causar calafrios. O clima opressivo, desesperado, baixo-astral, dramático casava perfeitamente com a estória. Intensidade, instrumental fuderoso, opressão, num álbum não recomendado para suicidas em potencial, que a revista Rolling Stone apontou como um dos maiores do Metal em todos os tempos (ficou na posição 58).
Úžasný zážitek, že?
ResponderExcluirExperiência incrível, não é?
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