sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Discos que não mofam nas prateleiras


Clássicos eternos que estamos sempre ouvindo

Eu não sei quanto a vocês, mas eu adoro o combo escocês Nazareth. Um clássico agrupamento do auge do hard rock. Ainda na adolescência, me apaixonei pela pegada forte e o vocal rascante e ébrio de Dan McCafferty. Eu não sei quanto a vocês, mas Hair of the Dog está sempre no meu player. Ontem foi assim. Cheguei em casa após mais um dia de ralação com 35 graus na cachola e 10% de umidade no lombo, seco numa cerveja e num rock para exorcizar. O velho e bom Naz veio à mente e caiu bem como o banho de mangueira que tomei no terraço enquanto o ouvia no talo e sorvia uma belga gélida.

Sexto álbum da banda, Hair of the Dog é considerado o melhor, mais importante e de maior sucesso do grupo. Acaba de completar 40 anos de lançamento. Ele coroa uma ótima sequência de discos de hard rock clássico, sendo que Raz Ama Naz, Loud’n’proud e Rampant foram produzidos por Roger” Deep Purple” Glover, portanto, um carimbo de garantia. No disco em questão, o bom guitarrista Manny Chaltron assumiu a produção, conferindo mais peso ao trabalho.

O título hair of the dog pode vir de uma antiga expressão saxônica sobre cura de ressaca, que faz uma analogia sobre como curar uma mordida de cachorro: comer o pelo do próprio cachorro que lhe mordeu (???). A música não tem nada a ver com o título. Machista, aborda a história de uma mulher especialista em partir corações, que agora vai encarar um cabra duro na queda. “Now you’re messin’ with a sun of a bitch”!!!

Os petardos contidos em Hair of the Dog foram regravados por diversas bandas. A faixa título, por exemplo, recebeu versão de um Guns’n’Roses ainda no auge da ferocidade. O pesado lamento de Please Don’t Judas Me tem uma interessante versão do Metallica. Changin’ Times, Beggars Day e Miss Misery poderiam muito bem constar em qualquer lista de clássicos do hard rock, se o Naza não fosse uma banda tão subestimada.


Em 1978 estive muito próximo de vê-los ainda no apogeu. Tocaram em uma cidadezinha perto de onde eu morava durante meu intercâmbio nos EUA. Mas era dia de semana, o pessoal de lá era muito comportado e mais careta que eu, que não consegui convencer ninguém a me levar para ver uma banda que eles pouco conheciam. Depois fiquei amigo de um maluco (Leeland Chantril), roqueiro como eu já era e que foi sozinho ao show. Me martirizei por isso. Me lembro de ouvir no rádio do velho e tradicional school bus amarelo o anúncio do show. Logo após daquela tour, o Nazareth caiu nas graças dos hard rockers ianques. Coisa que já tinha acontecido com o então brazuca subdesenvolvido aqui. Impossível não curtir Hair of the Dog!

Um comentário:

  1. Ah, eu adoro o Nazareth. Roqueiro da velha guarda conhece e gosta. De fato, esse "Hair Of The Dog" é considerado o melhor, mas eu ainda gosto muito de vários outros como o famoso "Razamanaz" (de 73) e "Loud 'N' Proud" (de 74), o disco do pavão. Duca.

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