domingo, 27 de setembro de 2015

Grandes discos do Heavy: Iron Maiden - "Piece Of Mind" (1983)

Di’Anno já havia saído (por causa de seu vício com álcool). Com Bruce Dickinson, o Iron Maiden já havia gravado o clássico álbum “Number Of The Beast” (de 1982, que nós já abordamos aqui no Mural - leia aqui), reconhecidamente uma das maiores gravações de Rock de todos os tempos, que os levou a um inesperado sucesso mundial transformando-os em estrelas. Segundo de uma trilogia espetacular de discos, “Piece Of Mind” (de 1983) marcou a estreia daquela que muitos consideram a formação definitiva da banda, com a chegada do novo baterista Nicko McBrain. Sua habilidade de duplicar os complexos padrões de riffs das guitarras e do baixo proporcionou um senso de unidade inédita ao conjunto. Mesmo o baixo de Steve Harris, cujas linhas não se orientavam exatamente pelo ritmo, passou a se integrar mais ao som como um todo. Talvez, parte desta impressão venha dos ritmos menos frenéticos do disco – na média, os tempos são menos acelerados do que em “Number Of The Beast” e as, até então, sustentadas influências do Punk foram completamente eliminadas. No geral, “Piece Of Mind” trouxe climas e partes mais pesadas o que deu-lhe uma sonoridade mais “dark”. Em paralelo, houve grande evolução na composição das músicas, em perfeita sintonia com as letras épicas. Com quase todas as faixas tendo uma inspiração em filmes ou na literatura (história, mitologia, ficção científica etc.), o disco acabou fixando uma imagem de uma banda de Rock intelectualizada. A faixa núcleo claramente é “The Trooper”, um clássico absoluto do Heavy Metal, com Dave Murray e Adrian Smith num dos mais memoráveis riffs harmonizados da história, mais os contagiantes ritmos galopantes, marca registrada da banda. O resgatado mito grego de “Flight Of Icarus” foi outro hit no Reino Unido, com seu refrão para cantar a plenos pulmões. A primeira metade do álbum é irretocável, uma espécie de Heavy Metal no estado de arte. É verdade que a segunda parte é algo inferior com faixas menos memoráveis (“Quest For Fire”, “Sun And Steel”), porém a canção que fecha o disco, “To Tame A Land”, um épico baseado no livro “Dune” (de Frank Herbert) que evoca um planeta deserto, recoloca o alto nível, noutro ponto alto, de um trabalho sensacional, essencial para qualquer um interessado no Metal.

4 comentários:

  1. Durante muito tempo me ative ao máximo até Powerslave, na discografia da Donzela. Daí pra frente eu achava um pouco excessivo, até que em 2001 levei meu filho, de então 14, anos para um (maravilhoso) show deles no Rock in Rio. Saí de lá querendo comprar todos os discos da banda e assim o fiz e comecei por Piece of Mind. Hoje gosto até dos discos do Iron sem Dickinson, muito e injustamente criticados. Também adquiri os discos de Bailey depois que fui a um show dele aqui em JF, no Cultural. Não se comprara os trabalhos dele aos de Dickinson, mas são muito bons, tanto solo quanto com a Donzela de Ferro.

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  2. Adoro os 2 primeiros com Paul Di'Anno. Gosto até mais, numa escolha muito pessoal, do que com o Bruce Dickinson, que é amplamente considerada a melhor fase. Mas confesso que não gosto dos discos com Blaze Bayley (fase pouco inspirada e sem personalidade). Para mim, até "Seventh Son Of A Seventh Son" (de 1988) é tudo duca total. Depois, pinço "Brave New World" (de 2000), "Dance Of Death" (de 2003) e "The Book Of Souls" (novo deste 2015), ainda que eu goste bastante de "A Matter Of Life And Death" (de 2006) e "The Final Frontier" (de 2010).

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  3. Também gosto muito dos dois primeiros discos, com Di'Anno. Da fase recente, não tenho os de 2006 e 2010, por descuido. Uma hora dessas eu compro. Gosto bem de Brave New World e ouvi falar muito bem de Final Frontier. Diria que q os discos com Bailey sejam uma outra banda, não tão ruim quanto os fans fundamentalistas criticavam. Mas pra mim ainda soam bem mais Maiden com ele do que o Black Sabbath soava com o Dio.

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