Você pode até chamar este "Honeymoon" de terceiro ato na trilogia iniciada em "Born To Die" (de 2012) e seguida em "Ultraviolence" (de 2014), mas não há qualquer indício de que Lana Del Rey irá se despir de sua personagem de diva atormentada após este novo álbum. Ao longo destes três álbuns, Lana nem expandiu tanto assim o universo de sua delicada figura, mas tão-somente a refinou, retirando facetas mais estranhas de seu tédio requintado. "Honeymoon" não afunda nem flutua, às vezes segue crescendo na sugestão de um melodrama iminente, às vezes segue reduzindo-se a apenas um pulso inervado. Tirando o refrão mais balançado em "High by the Beach", quaisquer outros elementos/afetações de Hip-Hop (presentes em "Born To Die") foram banidos. Então, tem-se o jogo de sombras e luz que Dan Auerbach colocou em "Ultraviolence", um álbum que soa mais cinematográfico em comparação a "Honeymoon". Além disso, resta a essência de Lana: imagens icônicas de dias passados em Los Angeles, todos plastificados e estilizados, funcionando com faróis petrificados, tristes devaneios. Os climas reinam por todo "Honeymoon" (melodias e tempos certamente não foram prioridade sobre o feeling). Todas as faixas são propositalmente lânguidas. Há um sample de Nancy Sinatra em "Terrence Loves You" e há o cover de "Don't Let Me Be Misunderstood" (de Nina Simone). Por baixo das batidas arrastadas e dos arranjos austeros, resplandece uma espécie de ar de triunfo. Onde Lana Del Rey pareceu tomada por tristeza existencial nos dois primeiros álbuns, "Honeymoon" parece reconfortantemente melancólico e isto é o maior sinal de que ele é a mais completa realização do grande plano de Lana, até agora.
Não curto muito. Ela foi badalada um tempo atrás e, por curiosidade, fui conferir. Não agrega nada para meu inquieto espírito sonoro! Passo.
ResponderExcluirParei de ler no "High on the beach"
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