Hotel California - Eagles
Uma das mais belas canções pop da história confere o título
a um dos mais incensados álbuns da indústria musical. E a capa do quinto disco
da banda americana Eagles, remete tanto beleza quanto histórias incríveis. Tudo
por causa de sua misteriosa letra e a enigmática imagem da capa. Há quem diga
haver evidentes ligações com o satanismo, por invocar o diabo em diversas
partes da letra e por fazer referência à sede da Church Of Satan, na
Califórnia, cujo prédio anteriormente haveria sido um hotel. Levantou-se a hipótese
de os integrantes da banda estarem envolvidos com o ocultismo, sendo discípulos
de Anton LaVey, fundador da referida igreja e que teria influenciado um séquito
de seguidores no rock e no cinema, incluindo os produtores do filme “O Bebê de
Rosemary”. Os pontos que mais reforçam tal hipótese são os trechos “...just
can’t kill the beast...” e “...we don’t have that spirit here since 1969”, que
seria o ano de fundação da igreja satânica.
As especulações não param por aí. Há que acredite que o
local da letra da música e capa do disco se referem, na verdade, a um hospital
psiquiátrico situado entre Los Angeles e Santa Barbara chamado Camarillo State
Hospital, que funcionou por mais de 30 anos abrigando artistas com problemas
mentais ou para desintoxicação de drogas. Tudo porque em um dos edifícios do
hospital há uma torre com o “sino das missões”, construído em 1930, sendo que a
letra revela “...I heard the mission bell...”.
Um dos autores da letra, Don Henley, desmente todas essas
teorias absurdas, afirmando que a canção é uma alegoria sobre o hedonismo e
retrata o lado sombrio do sonho americano e os excessos cometidos na América,
principalmente no mundo da música. Segundo o músico, o álbum faz uma alusão à
corrupção das estrelas do rock pela decadente indústria fonográfica de Los
Angeles e o hotel descrito na música se referia a uma prisão dourada, onde o
artista entra livremente e depois descobre que nunca mais pode sair.
Mais intrigante que a foto da capa, é a da contracapa, que
mostra diversas pessoas diferentes na varanda de um hotel na Espanha e entre
eles há uma figura sombria associada a LaVey , sendo uma homenagem ao local
onde ele teria se enfurnado para escrever a bíblia satânica. As pessoas em
volta seriam ou os súditos do mestre do mal ou os artistas presos na armadilha
da fama. Depois foi revelado que a “figura estranha” nada mais era do que uma
modelo contratada para a sessão de fotos.
Mas na verdade, a bela imagem captada pelo artista
responsável pela capa, o fotógrafo David Alexander, nada mais é do que a imagem
lateral do Beverly Hills Hotel, situado na Sunset Boulevard, em Hollywood, Los
Angeles, excluindo sua famosa entrada. A capa traseira é de outro estabelecimento,
o Lido Hotel, Também em Los Angeles. O fato é que Hotel California jamais
deixou a parada de sucessos nos charts de venda e nas rádios desde seu
lançamento, em 1976, o que o confere a alcunha de um dos melhores álbuns de
todos os tempos.
Pra finalizar, outra
história bizarra envolvendo o histórico disco. Recentemente, a banda processou
um hotel de Baja California Sur, no México, que estaria faturando às custas do
sucesso do trabalho do Eagles, divulgando ser o local que inspirou a criação do
disco e também a hospedaria preferida da banda em seu auge. O nome do Hotel é o
mesmo e ele existe desde 1950, 26 anos antes da composição do mega clássico.
Durma-se com uma sonzeira dessas!




Os Eagles levaram 18 meses entre seu álbum anterior, "One Of These Nights" (de 75) e esse quinto álbum, "Hotel California". Foram 8 meses só gravando-o dentro do estúdio. Foi também o primeiro sem Bernie Leadon, que dava anteriormente à banda aquele jeitão "country", e com o guitarrista roqueiro Joe Walsh. O resultado marcou um enorme salto para longe da sonoridade anterior dos primeiros discos com uma mudança estilística rumo ao Rock "mainstream". Um outro aspecto, talvez até mais importante, foi o crescimento de Don Henley (baterista) como a voz dominante na banda, tanto como cantor, quanto como letrista. Nas 6 faixas em que contribui, Henley fixa uma temática usando a Califórnia como metáfora para um mundo sombrio, surreal onde o sucesso é efêmero e a atração pelo excesso, mortal. Há ainda desapontamento romântico e pessimismo quanto ao futuro. Musicalmente, o álbum marcou o ápice da banda. Até então, os Eagles eram uma banda de Rock não totalmente convincente. Mas neste "Hotel California", a coisa mudou: a seção rítmica de Henley e Meisner se apresenta muito sólida, o trabalho das guitarras de Don Felder e Joe Walsh é sensacional e capaz de levantar arenas, além dos vocais simplesmente lindos. Foi o disco onde as ambições da banda foram atingidas, com a criatividade no auge e performances sensacionais. "Classic Rock" puro e um dos discos de maior vendagem na história. Sem falar na sua faixa-título e nessa capa misteriosa (que o brother Marcão tão bem comentou). 41 anos depois, ainda ouço esse disco (e sua monumental faixa-título - um dos maiores solos de guitarra de todos os tempos) com sensações misturadas: arrebatamento, maravilhamento, suspense, incredulidade, encantamento. Duca total e com força!
ResponderExcluirTambém é um disco que ouço sempre e a música título está entre as 100 eleitas na virada do século. O solo de guitarra é de uma beleza indescritível.
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