Em 1978, Gregg Allman e Phil Walden (o empresário dos Allman Brothers Band) abordaram Dickey Betts sobre a ideia de uma reunião da banda. A primeira apresentação pública desta volta aconteceu num show do Great Southern (banda de Betts), no Central Park em NYC, naquele verão (16/ago/78), quando Gregg, mais a dupla de bateristas Butch Trucks e Jaimoe subiram ao palco para algumas canções, na segunda parte do show (que ficou conhecido como "Surprise Reunion gig").
O tecladista Chuck Leavell e o baixista Lamar Williams declinaram do convite, pois não quiseram deixar o Sea Level, banda de Jazz Rock que haviam montado com Jimmy Nalls nas guitarras e Jaimoe na bateria. Nesta época, eles já haviam lançado dois álbuns, "Sea Level" e "Cats On The Coast", ambos de 77.
Eles ainda lançariam "On The Edge", de 78 - já sem Jaimoe - , "Long Walk On A Short Pier", de 79 e "Ball Room", de 80, antes da banda dissolver-se. Leavell depois viraria concorrido músico de estúdio/produtor, além de excursionar com os Rolling Stones. Em 98, ele soltou um álbum solo, "What's In That Bag?". Williams morreu de câncer em jan/83, o que muitos atribuíram à exposição ao "agente laranja" na guerra do Vietnam. Nalls foi diagnosticado com "mal de Parkinson" em 95, embora tenha ainda lançado o álbum solo "Ain't No Stranger", em 99. Sem Williams e Leavall, a ABB contratou dois novos membros: o guitarrista Dan Toler e o baixista David Goldflies. Esta nova formação se reuniu no Criteria Studios, em Miami (entre dez/78 e jan/79), sob produção de Tom Dowd (mesmo produtor dos primeiros álbuns), para gravar um álbum, "Enlightened Rogues", lançado em fev/79.
O processo de gravação foi leve e agradável, com muita cortesia entre os músicos. O título do disco era uma expressão que Duane utilizava para descrever a banda ("mutantes iluminados"). Melhor disco de estúdio deles desde "Brothers And Sisters", era uma coleção forte, impetuosa e roqueira de canções consistentemente sólidas, ainda que não no nível da primeira fase. Em termos vocais, eram das melhores performances desde "Idlewild South", mas a dupla de guitarras Betts-Toler lembrava ao ouvinte o quão o grupo havia perdido com a morte de Duane. Nenhum grande terremoto, porém excitante o suficiente. O álbum tornou-se um pequeno sucesso (muito creditado a Dowd) e a banda acabou percebendo que a química não estava mais presente. Betts ajuizou uma ação contra o empresário deles, Phil Walden, por não pagamento de direitos autorais e seu advogado, Steve Massarsky, acabou tornando-se novo empresário da ABB. Betts ganharia a ação e o resto da banda também ajuizaria ações, enquanto a Capricorn Records declarava falência naquele outubro levando-os a assinar com a Arista Records, que pediu à banda que modernizasse seu som. "Clive Davis, o fundador da Arista, destruiu qualquer esperança nossa que pudéssemos fazer a coisa funcionar de novo. Ele queria que soassemos como uma versão sulista do Led Zeppelin e quis trazer produtores de fora, o que só piorou tudo", contou Trucks.
"Reach For The Sky", de ago/80, foi produzido por Mike Lawler e Johnny Cobb, compositores de Nashville (e gravado no Pyramid Eye Studios, em Lookout Mountain, GA). Aguado, porém ainda com performances boas e algumas composições interessantes. O ocasional uso de sintetizadores, ao invés do normal órgão/piano deixou o som um pouco datado. A faixa-destaque era "From The Madness Of The West", a única aqui onde a dupla de guitarras de Betts-Toler lembravam clássicos inicias da banda. A roqueira "I've Got A Right" também merece citação, cantada por Gregg com seus usuais vocais roufenhos e rústicos. Talvez, ainda, a cativante "Angeline", um sucesso menor nas rádios. Bonnie Bramlett, que tocara em turnês com a banda no final da década, cantava numa canção. Lawler acabou se tornando membro nas excursões, concentrando solos e incorporando posição central na banda. As drogas ainda permaneciam como um problema, particularmente entre Betts e Allman. Embora eles tenham tentado criar um hit single, o gênero Southern Rock estava decaindo rapidamente de interesse no mainstream. A banda novamente começou a se separar, ao demitir o roadie de longa data "Red Dog" e ao substituir Jaimoe pelo irmão de Toler, Frankie (que havia tocado no "Great Southern"). O ponto central da briga foi a insistência de Jaimoe para que sua esposa e empresário, Candace Oakley, irmã de Berry, cuidasse dos negócios da ABB. Gregg diria depois: "Um dos reais dramas da história da banda foi a demissão de Jaimoe, um cara super gentil". Pouco depois, a banda trocou de empresário, contratando John Scher (Massarsky, o demitido, disse: "É um emprego de um milhão de doláres de dor-de-cabeça, mas que só te paga 1/4 disto"). O segundo e último álbum para a Arista foi "Brothers Of The Road", lançado em ago/81. Sob produção de John Ryan (ex-Styx e Doobie Brothers), que empurrou a banda ainda mais para uma mudança de seu som, o disco foi um trabalho mucho, não essencial, ainda que alguns elementos ainda permanecessem. As jams blueseiras e alucinadas com construções climáticas e incríveis interações foram substituídas por melodias amigáveis, pop e cheias de brilhos. A faixa "Straight From The Heart" até pontuou nas paradas (seria a última vez deles no Top 40), mas o resto do disco era meloso. A banda, considerando seus álbuns pós-reunião como "embaraçosos", subsequentemente resolveu se separar novamente em 82, após Clive Davis rejeitar todos os produtores indicados por eles para um possível terceiro álbum. A última apresentação aconteceu no SNL em jan/82, quando eles tocaram "Southbound" e "Leavin'". Alguns membros da ABB se reagruparam ocasionalmente nos anos seguintes (por exemplo, em 86, Betts e Allman excursionaram juntos, um abrindo para o outro e colaborando juntos num set). A carreira de Gregg começou a decolar quando ele lançou o álbum "I'm No Angel", em 87 (a faixa-título foi um surpreendente hit nas rádios).










Dessa fase não conheço nada e,pra falar a verdade, nunca me interessou e ainda permanece assim. Mas a partir dos anos 2000 a coisa volta a mudar de figura.
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