Danny Fields (nascido Daniel Feinberg em 13/nov/39) foi empresário musical, jornalista e escritor. Não está sabendo ainda quem é ele? Bem, por sua atuação nos anos 60, 70 e 80, ele foi uma das figuras mais influentes da história do Punk Rock. Ele empresariou Iggy And The Stooges, MC5 e até os Ramones. Ele trabalhou em outras funções com Jim Morrison, com o Velvet Underground e com os Modern Lovers. O jornal New York Times escreveu em 2014: "Sem Danny Fields, o Punk Rock não teria acontecido". Danny Fields, com editor de revistas, foi responsável em 1966 por reflexões sobre a bombástica e demolidora frase de John Lennon sobre os Beatles serem mais populares do que Jesus. A afirmativa havia tido enorme impacto sobre a sociedade católica norte-americana e fogueiras/ameças de morte contribuíram para a decisão dos Beatles de pararem de tocar ao vivo bem no auge de sua carreira.
Nos anos 60, Fields frequentou o Max's Kansas City. Lá, desenvolveu conexões com o pessoal da Factory, de Andy Warhol. Fields chegou a dividir apartamento com a atriz de Warhol Edie Sedgwick e escreveu sobre o Velvet Underground em seu início. São dele as "liner notes" do histórico álbum "Live At Max's Kansas City", gravado em 1970, mas lançado em 1972, após a banda ter acabado. Fields foi uma das primeiras pessoas no mundo da música a ser abertamente gay, isto num tempo em que praticamente todo mundo era enrustido.
Fields teve um programa de rádio na WFMU de New Jersey entre 1968/69 e depois foi contratado pela Elektra Records como publicitário. A Elektra, que era basicamente um selo de Folk Music, estava experimentando enorme sucesso com o mercado do Rock através dos The Doors, e assim contratou Fields para divulgar a banda, apesar dele e Jim Morrison não se bicarem.
Apesar do mútuo antagonismo, as habilidades de Fields levaram Morrison a conseguir capas em várias revistas jovens chaves da época. Foi dele também a escolha de "Light My Fire" como o primeiro single a ser lançado. Em set/68, Fields visitou Detroit e Ann Arbor, sob recomendação de dois colegas DJs da WFMU. Foi dele então a recomendação à Elektra para que o selo contratasse o MC5 e os Stooges. Ambas bandas se tornariam as maiores inspirações para os movimentos Punk Rock tanto nos EUA como no Reino Unido, em meados dos anos 70. Em 1975, Fields descobriu os Ramones no CBGB e ajudou-os a assinar com a Sire Records. Como co-empresário da banda (junto com Linda Stein), Fields trouxe-os até a Inglaterra, onde tiveram enorme impacto inspirando o nascente movimento Punk, incluindo bandas como Sex Pistols, The Clash e The Damned.
Sob o empresariamento de Fields, os Ramones gravaram os três primeiros discos ("Ramones", "Leave Home" e "Rocket To Russia"). O álbum "End Of The Century" (de 1980) incluiu a faixa "Danny Says" sobre ele. Em 1990, Fields descobriu o cantor/compositor Paleface e se tornou seu empresário, ajudando-o a assinar com a Polygram Records e Elektra Records. Após deixar o mundo dos negócios da música, Fields escreveu "Dream On", uma biografia da atriz Cyrinda Foxe (uma das stars de Andy Warhol), esposa de Steven Tyler do Aerosmith. Ele depois escreveu "Linda McCartney: A Portrait" que acabou sendo convertido em minissérie de TV.
Danny Fields, como você facilmente pode perceber, foi uma espécie de motor do Rock'n'Roll. Um documentário sobre ele, "Danny Says", foi lançado em 2015.
Fica a dica desse doc duca. Confira o trailer:
No vídeo abaixo, de 1994, Fields visita alguns dos seminais clubes de Punk Rock de NYC, incluindo o CBGB e o Max's, além de outras landmarks musicais totalmente históricas como o Electric Lady Studios e o The Ed Sullivan Theater. Como alguém que praticamente viveu no CBGB e no Max's no seu auge, Danny Fields se tornou fonte onipresente de energia R'n'R e entusiasmo, tão essencial para a cena quanto os músicos, os donos de clubes e agentes. Não perca esse vídeo por nada desse mundo:









A ótima série Vynil, que teve as temporadas subsequentes descontinuadas, começou a abordar a figura de Fields, que, imagino, teria mais espaço a partir da segunda fase, já que o programa, com produção de Mick Jagger, focalizava a transição do panorama do rock a partir da segunda metade da década de 70. Uma pena ter sido interrompida.
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