Claro, todo mundo conhece os hits dos alemães dos Scorpions "Rock You Like A Hurricane" (de 84) e "No One Like You" (de 82), mas a carreira deles começou bem antes disto. O álbum de estreia, "Lonesome Crow" (de 72) era surpreendentemente (e ótimo) Krautrock progressivoide. E nos quatro álbuns seguintes, eles migraram para um Hard Rock e finalmente para um proto-Metal. No disco "Taken By Force" (de 77), o Scorpions já estava no modo "procura e destruição". A faixa "He's A Woman, She's A Man", por exemplo, era tão à frente de seu tempo (tratando do tema transgêneros) que chega a ser chocante imaginá-los tocando-a num programa da TV alemã. Mas é exatamente o que eu encontrei no YouTube (onde mais?):
É quase um proto-Thrash e é inacreditável perceber a evolução da banda. Sexualmente vanguardista e provocativa. Isto em 1978. Não sei se você já prestou atenção às letras. Saca só:
"I saw it walking lonely down the street
Cool like a cat and like a crazy dream
I’m looking twice again and can’t believe
It turned around and then it looked at me
I thought, “Oh, no”, it really couldn’t be
It was a man and was a woman too
He’s a woman, she’s a man (2x)
I think it really came from far away
I’m feeling hypnotized, I have to stay
It takes my hand and says, “Come on, let’s go”
We’re going home there’s nothing more to say
He starts to move, she starts to play
I need a body, why not you?
He’s a woman, she’s a man (2x)
"I saw it walking lonely down the street
Cool like a cat and like a crazy dream
I’m looking twice again and can’t believe
It turned around and then it looked at me
I thought, “Oh, no”, it really couldn’t be
It was a man and was a woman too
He’s a woman, she’s a man (2x)
I think it really came from far away
I’m feeling hypnotized, I have to stay
It takes my hand and says, “Come on, let’s go”
We’re going home there’s nothing more to say
He starts to move, she starts to play
I need a body, why not you?
He’s a woman, she’s a man (2x)
Para quem viu o Klaus Meine bobinho do início, é surpreendente vê-lo nessa nova versão super rocker. Bem, descontando que os Scorpions são uma banda alemã, ou seja, que o inglês é segunda língua deles, então vamos relevar o uso do "it" para a personagem durante a letra. Aliás, a estória conta que a personagem principal encontra a "figura" de gênero indefinido e, num primeiro momento, expressa choque e incredulidade, mas depois resolve com um "foda-se, estou excitado e atraído, independentemente da minha confusão". Os primeiros dois versos expressam perplexidade e os dois segundos expressam aceitação. Essa temática confrontacional em relação à sexualidade não era novidade para os Scorpions. No álbum anterior, "Virgin Killer" (de 76), houve aquela capa (a original) com a foto de uma menina pré-adolescente sob estilhaços de vidro quebrado mal cobrindo a área de seu sexo. Esta capa (frequentemente nas listas de piores de todos os tempos) foi banida nos EUA, assim como também foi aquela do álbum "Lovedrive" (de 79), concebida pela Hipgnosis.



Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários são bem vindos, desde que respeitosos da opinião alheia e sejam construtivos para o debate de ideias.