Membro fundador da enormemente influente banda Can, ícone do KrautRock, Holger Czukay foi uma das figuras cruciais do chamado "underground" nessa era em que vivemos. No curso de sua longa carreira musical, Czukay conseguiu, de maneira bem sucedida, transitar no vazio entre o Pop e o Avant-garde, liderando com pioneirismo o uso dos samples e explorando o significado da "world music" na cultura ocidental. Ele nasceu na Polônia, em Gdansk, em 1938. Após se apaixonar com a música, estou composição e condução musical, mas suas ideias eram vistas como "radicais" para o gosto normal. Ele foi desqualificado num festival de Jazz por sua "música inclassificável" e foi expulso da academia de música de Berlim por insolências musicais. Sob tutela do compositor vanguardista Stockhausen, Czukay continuou a refinar suas ideias e logo tornou-se professor.
Após assumir o baixo, Czukay se juntou com um aluno, Michael Karoli, outro companheiro também protegido de Stockhausen, Irmin Schimidt, mais o baterista Jaki Liebezeit e o vocalista norte-americano Malcoln Mooney e no início de 1968 fundou o grupo "Inner Space". Logo ele foi renomeado "Can" e lançaram o álbum de estreia, "Monster Movie" (de 69), o primeiro de uma série de discos visionários e que estabeleceriam a banda como uma das verdadeiramente seminais no Rock.
Quase ao mesmo tempo, Czukay se juntou a Rolf Dammers e lançou "Canaxis 5" (de 69), usando primitivas técnicas de samples e influências de "worldbeat". Após 1976 e o álbum "Flow Motion", o Can se separou e, três anos depois, Czukay lançou seu primeiro álbum solo chamado "Movies", refinando suas técnicas de colagem musical. Elogiado pela imprensa especializada, o disco gerou considerável interesse e Czukay começou a trabalhar em vários projetos paralelos: tocou no álbum de estreia dos Eurythmics (em 81), juntou-se com Jaki Liebezeit e o baixista Jah Wobble (do P.I.L.) e lançou o LP "Full Circle" etc. Através de Wobble, conheceu o cantor japonês Phew e junto de Liebezeit e do produtor Conny Plank gravou o álbum "Phew" (de 82). Ainda nesse ano, lançou outro trabalho solo, "On The Way To The Peak Of Normal", outra colaboração com Wobble.
Seguiram-se "Der Osten Ist Rot" (de 84) e "Rome Remains Rome" (de 87, talvez, seu melhor álbum e controverso por conter um sample do papa João Paulo II). Czukay passou a maior parte dos anos seguintes envolvido numa enorme variedade de projetos. Em 88, juntou-se a David Sylvian e soltou o ótimo "Plight And Premonition". Após outro disco com Sylvian, "Flux + Mutability" (de 89), Czukay remontou o Can e gravou o álbum "Rite Time" (de 89, o último deles). Fora os discos solos "Radio Wave Surfer" (de 91) e "Moving Pictures" (de 93), ele passou a maior parte dos anos 90 sem tocar, focando mais em trabalhos de produção. Mas voltou e lançou "Good Morning Story" (em 99), "La Luna" (em 2000) e "The New Millennium" (de 2003), além de outros álbuns nos últimos anos. Morreu com 79 anos.













Putz, mais um. Mas essa já beirava os 80 anos pelo menos. O Can é ótimo, fundamental para se entender a complexidade e abrangência do krautrock. Tenho o Tago Mago e o da "latinha de quiabo", essenciais.
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