terça-feira, 30 de agosto de 2016

Rock'n'Roll Landmarks: The Grande Ballroom, Detroit, MI

O Grande Ballroom é um histórico local de música ao vivo localizado na 8952 Grand River Avenue, no bairro Petosky-Otsego, em Detroit, Michigan. O prédio foi projetado pelo engenheiro de lá Charles N. Agree, em 1928 e originalmente serviu para muitas finalidades, hospedando lojas comerciais no primeiro piso e um enorme salão de dança no andar de cima. Aliás, o Grande Ballroom sempre foi famoso por esta pista de dança, toda em piso de madeira, que ocupava a maior parte do andar superior. O primeiro proprietário, o empresário local Harry Weitzman construiu o Ballroom com dinheiro próprio e deixou escupido nas janelas as iniciais de seus filhos: CDSW (Clement, Dorothy e Seymour Weitzman).
Em 1966, o Grande Ballroom foi comprado por Russ Gibb, um professor universitário e DJ. Gibb, inspirado pela visita que fez ao Fillmore Theater, em San Francisco, imaginou ser possível transformar o Ballroom numa casa de shows para a emergente música psicodélica e para o desenvolvimento da cena local. Ele trabalhou junto com figuras proeminentes da contracultura como John Sinclair e Hugh "Jeep" Holland (agente, produtor e empresário de várias bandas de Michigan) objetivando trazer bandas de SF, da Europa e de outros locais dos EUA, além claro de bandas regionais (incluindo o MC5, que gravou seu álbum de estreia lá, SRC, Jagged Edge, Rationals, Catfish, Frost, Savage Grace, James Gang, Ted Nugent, Wilson Mower Pursuit, Sky, Third Power, All The Lonely People, Teegarden & Vanwinkle, Iron horse Exchange e muitos, muitos outros). Russ era um visionário e buscou reunir em torno do Ballroom toda a Detroit, seus subúrbios e comunidades mais distantes, como Ann Arbor. Com os gerentes Tom Wright, Bill Robbins e outros (incluindo periodicamente Jeep e Sinclair) e o figuraça Dave Miller, o clube contratou e apresentou muitos artistas de renome nacional e internacional, entre eles muitos futuros entronizados no Rock'n'Roll Hall Of Fame, o que incluiu Led Zeppelin, Janis Joplin, Pink Floyd, Grateful Dead, Howlin' Wolf, John Lee Hooker, Jeff Beck, Procol Harum, Cream e The Who. O MC5, o Thyme e os Stooges funcionavam como banda da casa, fazendo performances semanais.
Lá também rolou o Jazz vanguardista de John Coltrane e Sun Ra, por exemplo. Os shows desta fase áurea eram anunciados através de posteres psicodélicos feitos com um design único por Gary Grimshaw e Carl Lundgren. São um capítulo à parte (veja abaixo vários exemplos - clique neles para vê-los em tamanho grande - duca!). A experiência da contracultura vivida no Grande Ballroom foi intensamente documentada pela fotógrafa e ativista política (fundadora dos Panteras Brancas) de Detroit, Leni Sinclair. Foi durante esse período que o Ballroom passou a ser conhecido como o "centro capitalista hippie de Detroit". Gibb fecharia o salão em 1972 e, desde então, o prédio foi pouco utilizado e acabou caindo em extremo estado de ruína. Até 2014, o local permanecia inativo e aguardando reforma. 

4 comentários:

  1. Bom ver o retorno dessa coluna!!!
    Mais um local sagrado!!! Detroit, cidade sagrada do rock também. Especial pra mim.Foi onde pisei no exterior pela primeira vez, onde vi a neve pela primeira vez e onde assisti meu primeiro show na vida (nem nacional eu tinha visto ainda), o Foghat. Na verdade o show foi em Ann Arbor, na Universidade Estadual de Michigan. Mas é subúrbio de Detroit, cidade universitária, onde também ficamos alojados por três dias antes de cada um seguir para sua família no intercâmbio. Nice times, good memories!!!

    ResponderExcluir
  2. Usei a senha do Sopra, pois havia acabado de postar algo lá. Esqueci de relogar para postar meu comment. Foi mal.

    ResponderExcluir
  3. Que isto, querido brow, sem qualquer problema. Não tenho qualquer restrição ao Sopra, nem mesmo ao grande chefe imperial autocrático de lá. Águas passadas. Não guardo mágoa de nada. Quanto à coluna "R'n'R Landmarks", ela ficou meio sumida por causa do meu trabalho e dia-a-dia. Mas ela não chegou ao fim. Tenho pronta uma lista de landmarks para abordar nela. Aguarde... ré-ré-ré. Quem sabe quando aposentarmos, passaremos a planejar anualmente uma Rock Trip abarcando várias delas?

    ResponderExcluir
  4. God listen you!!! Rock trips forever!!!

    ResponderExcluir

Comentários são bem vindos, desde que respeitosos da opinião alheia e sejam construtivos para o debate de ideias.