segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Rock'n'Roll Landmarks: o Drake Hotel, em NYC

O Drake Hotel foi um hotel localizado na esquina da larga Park Avenue com 56th Street, no meio de Manhattan, em Nova Iorque. Foi construído em 1926 pela construtora Bing & Bing (dos irmãos Leo S. Bing e Alexander M. Bing), a mais importante no ramo de prédios de apartamentos do início do século passado por lá. Eram 21 pavimentos contendo 495 quartos (algo gigantesco para aqueles dias). Foi uma construção inovadora para a época, ao inaugurar sistema de refrigeração automático e quartos e suítes luxuosos e bem espaçosos. Uma loja de comidas e chocolates franceses ficava no térreo. A Bing & Bing foi dona e operou o Drake por 35 anos e depois o passou a William Zeckendorf que acresceu ali a primeira discoteca de NYC, a Shepheard's (que abria sete dias por semana e fechava às 3 da manhã). 
Lillian Gish, estrela da fase dos filmes mudos, morou no hotel entre 1946-49. Entre tantos artistas e hóspedes famosos estão Frank Sinatra, Muhammad Ali, Judy Garland, Jimi Hendrix e Glenn Gould. Aliás, sobre Hendrix, foi lá em seu quarto no Drake Hotel, no dia 8/abr/68, que ele gravou uma fita demo de 36 minutos contendo "Long Hot Summer Night", "1983…(A Merman I Should Turn To Be)", "Moon Turn The Tides … Gently, Gently Away", "Angel", "Cherokee Mist", "Hear My Train A Comin'", "Voodoo Chile" e "Gypsy Eyes". São famosas suas fotos deitado na cama do quarto:
O famoso compositor Jerome Kern sofreu uma hemorragia cerebral, aos 60 anos de idade, em 5/nov/45, na calçada bem em frente do Drake Hotel. Nos anos 60 e 70, o hotel foi hospedagem preferida em NYC para um enorme número de bandas de Rock em turnês, entre elas, Led Zeppelin e The Who. Foi lá, por exemplo, durante a estadia em jul/73, que o Led teve furtados US$ 203,000 em dinheiro do cofre do hotel. A grana nunca foi recuperada e a identidade dos ladrões nunca foi descoberta. Esta história é relatada no filme "The Song Remains The Same". A banda depois ajuizou ação contra o hotel.
Outra banda inglesa, o Slade, hospedou-se lá no out/73. O Sweet também sempre usou o Drake como casa em suas turnês pelos EUA. As suítes do Drake eram equipadas com computadores, aparelhos de fax, caixas de som, e infraestrutura para reuniões. O tamanho dos quartos variava de andar para andar (como é praxe nos hotéis de NYC). A decoração era moderna e nos padrões europeus. Havia um restaurante e um local para relaxar.
Ah, são tantas as estórias... o hotel foi adquirido no início dos anos 80 pela rede Swissotel, de Zurique, que renomeou o hotel para "Swissotel The Drake" e investiu US$ 52 milhões numa big reforma que ficou completa em 1991. Em 2006, o hotel foi vendido por US$ 440 milhões para o investidor Harry Macklowe que o demoliu em 2007, tornando-se um dos terrenos mais valiosos de NYC. Em meados de 2012, iniciou-se a construção de um arranha-céus residencial de mais de 430 metros de altura, finalizado em out/14 tornando-se mais alto do que o World Trade Center por apenas 10 metros (é hoje o prédio residencial mais alto do hemisfério norte). 

Um comentário:

  1. Ele se destaca na paisagem de NY, repleta de belos arranha céus, cada um com arquitetura diferente e ousada. desse, tirei várias fotos. NY é duca.

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