Ian Astbury só fez um show de seu disco solo (que passou batido), em 1999. Antes disso, a gravadora do The Cult nos EUA/Japão lançou "High Octane Cult" (uma compilação atualizada parecidíssima com "Pure Cult", de 93), "The Southern Death Cult" (numa reedição remasterizada no CD e com 15 faixas), outra compilação, "Ghost Dance", creditada ao Death Cult com 4 canções do EP sem nome + o single "God's Zoo" e 4 inéditas de uma transmissão de rádio. Foi lançado também "Dreamtime Live At The Lyceum", um ao vivo gravado em Londres em 20/mai/84, portanto antes do estouro do "Love". Enquanto isso, Billy Duffy tocou no experimental "Vent 414", do cantor Miles Hunt (produzido por Steve Albini), além de ter participado no projeto em colaboração com o vocalista Mike Peters (do The Alarm) chamado "Colorsound", que lançou um álbum de mesmo nome. Em 99, finalmente, Astbury e Duffy resolveram trabalhar juntos trazendo Matt Sorum (bateria) e Martyn LeNoble (baixo, ex-Porno For Pyros). Esse "novo The Cult" fez sua estreia em jun/99 no Tibetan Freedom Festival, em East Troy, WI, após ensaiar e testar shows na área de Los Angeles. Empolgados, lançaram-se na "Cult Rising Reunion Tour" com 30 datas totalmente "sold out" nos EUA. Só no "House Of Blues" de Los Angeles foram 8 noites consecutivas lotadas. Em 2000, continuaram viajando pela África do Sul, Américas do Norte e Sul, além de terem contribuído com a canção "Painted On My Heart" para a trilha do filme policial "Gone In 60 Seconds" (com Nicholas Cage e Angelina Jolie), no qual ela teve grande destaque na trama.
Em nov/2000, outra compilação de sucessos surgiu: "Pure Cult: The Singles 1984-1995", desta vez com um DVD de acompanhamento. Nessa mesma época, a Beggars Banquet lançou 15 mil cópias de uma caixa de 6 discos (com um sétimo disco bônus só de remixes nas primeiras 5 mil cópias) intitulada "Rare Cult". O box reunia out-takes, demos, transmissões de rádios, lados B e o mais notável: o inédito e arquivado álbum "Peace" na íntegra. Em 2001, a banda assinou com a Atlantic Records e gravou um novo álbum, "Beyond Good And Evil", lançado em jun/2001. O Cult oitentista, reconhecido por sua mistura The Doors/Led Zeppelin/Love & Rockets, combinando misticismo, Rock pauleira e Rock Gótico, agora nessa nova encarnação do século 21 virava mais para The Doors/Led Zeppelin/Tool. Isto porque a guitarra distorcida de Duffy agora era nada quente e muito abrasiva e cerebral. Era uma baita mudança, ainda que soasse como The Cult devido aos consistentes e poderosos vocais de Ian Astbury. Sobre riffs totalmente metálicos e uma bateria frenética, dava para imaginar que eles haviam ouvido bastante o Nine Inch Nails, mas mesmo com todos os efeitos e elementos industriais, permaneciam o velho The Cult, graças também aos refrões. Para fãs antigos, a banda trouxe duas faixas bem no estilo do "Sonic Temple": "Breathe" e "Nico", equivalentes a "Fire Woman" e "Edie (Ciao Baby)", respectivamente. Porém, exatamente esse tipo de fã certamente teve problemas em se ajustar àquele som. A música ainda mantinha muita energia, mas agora era Alt-Metal do novo milênio, sem cair em clichês. Embora Matt Sorum já tivesse excursionado com eles em 1989, esta era a primeira vez gravando em estúdio. O álbum alcançou o nº. 37 nos EUA, mas as vendas logo caíram chegando a menos de 500 mil cópias no mundo todo. Astbury depois descreveria a experiência de trabalho na Atlantic como horrível referindo-se às tentativas deles alterarem letras, a capa e até decidir os singles. A relação com a gravadora azedou e ela acabou não realizando a promoção adequada. LeNoble participou das datas iniciais da turnê, mas foi Billy Morrison quem tocou baixo na maior parte dela. A parte europeia foi cancelada devido aos ataques de 11/set e mesmo a parte norte-americana foi um desastre.
Um show em out/2001 no Grand Olympic Auditorium, em Los Angeles, foi filmado e lançado em DVD. Após o final da turnê, em dez/2001, a banda se separou novamente com Astbury se juntando aos membros sobreviventes do The Doors para excursionarem no projeto-tributo "The Doors Of The 21st Century" (depois renomeado "Riders On The Storm", por causa de ações judiciais movidas pela família de Jim Morrison e pelo baterista John Densmore, que não pode participar por motivo de saúde). Astbury, após isto, passou a trabalhar num novo álbum solo. Duffy voltou a mexer com o Coloursound (junto com o baixista Craig Adams e com o cantor Mike Peters). Sorum envolveu-se com o Velvet Revolver. Em 2003, todos os álbuns do The Cult foram relançados com bonus tracks. Em 2006, a banda se reuniu para a "Return To Wild World Tour". A formação era Astbury (vocais), Duffy (guitarra principal), John Tempesta (bateria), Mike Dimkich (guitarra-base) e Chris Wyse (baixista). O primeiro show aconteceu em mar/2006 em San Francisco, CA. A turnê inteira foi gravada e o CD de cada show era vendido logo após o show pela empresa "Instant Live". Eles viajaram pelo Canadá, Bulgária, Polônia, Sérvia, Reino Unido, fechando na América do Sul naquele dezembro. Duffy, então, começou a banda "Circus Diablo" junto com Billy Morrison (vocais), Matt Sorum (bateria), Brett Scallions (baixo) e Ricky Warwick (guitarra-base).
Em fev/2007, Astbury anunciou que voltaria a focar todas suas forças no The Cult e num novo álbum. Ele se juntou novamente a Duffy (mais Chris Wyse e John Tempesta, como músicos contratados), assinaram com a Roadrunner Records e lançaram "Born Into This", em out/2007. Talvez, a temporada com a turma do The Doors tenha feito bem, mas fato é que o Cult desse disco rugiu alto numa espécie de volta ao básico. Desde a primeira faixa, ficava claro: tratava-se de um álbum tão Hard Rock quanto "Electric" ou "Sonic Temple". Deixando de lado experiências, Art Rock e outras viadagens, a dupla descia a borduna do jeito que melhor lhes convinha. Muito ocasionalmente surgia algo do passado gótico pós-Punk, mas a maioria total do álbum era o mais pesado e grosso Hard Rock que eles gravaram desde os anos 80. "Dirty Little Rockstar", "Diamonds", "Holy Mountain", eram todas pauladas violentas com Astbury cantando muito e cheio de força, Duffy detonando a guitarra, ambos sob a produção completamente adequada de Martin "Youth" Glover (baixista do Killing Joke). A banda tocou em festivais e excursionou (abriu para o The Who na Europa). Em mar/2008, iniciaram um turnê pelos EUA/Canadá e alcançaram o Brasil em outubro daquele ano. Em 2009, anunciaram intenção de excursionar tocando o clássico álbum "Love" na íntegra, celebrando seu relançamento e sua "Omnibus Box Set" (de 4CDs), o que aconteceu no verão de 2009. A banda entrou em 2010 continuando a "Love Live Tour" pelo Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália e Japão. Eles então gravaram o EP de 4 faixas "Capsule 1" (de ago/10), produzido por Chris Goss e anunciado como o primeiro de quatro a serem lançados. No formato dualdisc (de um lado CD, do outro DVD) não tocava em todos os CDplayers e o EP foi muito difícil de encontrar (havia uma versão em pendrive, outra em download e uma raríssima em vinil). Mas para quem se esforçou, valeu a pena. A parte de vídeo era abstrata e louca (um curta metragem de Astbury e Rick Rogers), mas a de áudio era sensacional. "Every Man And Woman Is A Star" era uma faixa absurda, uma triunfante volta do grande The Cult. "Siberia" mantinha o nível numa atmosfera lúgubre e batidas góticas. Ambas demonstravam lados diferentes e complementares da banda. Ainda havia duas ao vivo, "Rain" (talvez, em sua melhor versão live) e "Brother Wolf, Sister Moon".
Em nov/10, eles lançaram no mesmo esquema "Capsule 2" com duas faixas, "Embers" e "Until The Light Take Us". Em mai/11, foi anunciado que o Cult havia assinado com a Cooking Vinyl Records para lançar um novo álbum. Eles voltaram-se para compor e gravar demos no seu estúdio "Witch Mountain", nas montanhas de Hollywood, CA. "Choice Of Weapon", de mai/12, co-produzido por Chris Goss e Bob Rock, era urgente, nervoso e radical. O baixista Chris Wyse e o baterista John Tempesta agora não eram mais músicos contratados, mas haviam tornado-se a seção ritmica mais poderosa da história do The Cult. Com Astbury em excelente forma e Duffy colocando sua guitarra bem à frente (onde ela sempre funcionou melhor), letras com imagens ritualísticas/místicas casadas com indignação político-social, riffs gigantescos e distorcidos, toda a banda fazendo vocais de apoio e empurrando Astbury para um desempenho sensacional e muito agressivo. Pelo ataque, pela solidez, pela criatividade, pela pulsação, "Choice Of Weapon" era o melhor momento do The Cult em 23 anos. Uma porrada, verdadeira herdeira de "Electric" e "Sonic Temple", prova de que a banda estava muito viva e quebrando tudo. "Lucifer", "Honey From A Knife", "The Wolf", "For The Animals", todas eram intensas e ótimas, forjadas em longos ensaios e emanadas de desafios pessoais/profissionais. Acima de tudo: o Cult tinha finalmente voltado a botar os culhões no trabalho. Em jul/13, a banda lançou "Electric-Peace", uma nova versão do clássico "Electric" desta vez agregado com sua versão inicial "Peace" (indisponível com a descontinuidade da super caixa "Rare Cult"). Mike Dimkich saiu e foi substituído por James Stevenson na guitarra-base. A banda lançou-se numa nova turnê mundial em que passou a tocar o álbum "Electric" na íntegra.
Durante todo o ano de 2014 circularam rumores de que a banda estava produzindo um álbum de inéditas. "Hidden City", muito postergado só foi lançado em fev/16. Anunciado como parte final de uma trilogia "espiritual" iniciada com "Born Into This", representou a 5ª vez deles sob produção de Bob Rock. Considerando que consistência não era uma palavra recorrente na discografia deles e que "Choise Of Weapon" esbanjava inspiração, como seria esse novo trabalho? Bem, ele meio que representou um resumo de todas as fases da banda. O primeiro single, "Dark Energy", foi uma excelente escolha de faixa de abertura. De cara, apresentava uma pedrada animadora com a dupla Duffy/Astbury tremendamente forte e mostrando autoridade. "G O A T", a sétima faixa, era ainda melhor, explodindo com força total. "Hinterland" combinava texturas anteriormente encontradas em "Sonic Temple" e em "Ceremony". Sua guitarra atmosférica, a melodia modal, a letra neo-hippie... "Deeply Ordered Chaos" e "In Blood" eram uma volta a "Dreamtime" e a "Love" simultaneamente. David Bowie surgia como referência aqui e ali, mas principalmente em "Lillies". "Dance The Night" era Gótico-Glam. O problema é que o álbum continha alguns fillers: "Birds Of Paradise" era um ideia inacabada e soava como uma demo; "Avalanche Of Light" era outra rascunhada; as duas últimas, "Heathens" e "Sound And Fury" eram bobas e nunca deveriam ter sido gravadas. "Hidden City" teria sido um ótimo disco se tivesse sido lançado como um EP. Acabou fechando a tal trilogia de um modo bem insatisfatório. Entre as últimas notícias, sabe-se que Chris Channey (ex-Jane's Addiction) assumiu o baixo. A banda segue em plena atividade.
Em nov/2000, outra compilação de sucessos surgiu: "Pure Cult: The Singles 1984-1995", desta vez com um DVD de acompanhamento. Nessa mesma época, a Beggars Banquet lançou 15 mil cópias de uma caixa de 6 discos (com um sétimo disco bônus só de remixes nas primeiras 5 mil cópias) intitulada "Rare Cult". O box reunia out-takes, demos, transmissões de rádios, lados B e o mais notável: o inédito e arquivado álbum "Peace" na íntegra. Em 2001, a banda assinou com a Atlantic Records e gravou um novo álbum, "Beyond Good And Evil", lançado em jun/2001. O Cult oitentista, reconhecido por sua mistura The Doors/Led Zeppelin/Love & Rockets, combinando misticismo, Rock pauleira e Rock Gótico, agora nessa nova encarnação do século 21 virava mais para The Doors/Led Zeppelin/Tool. Isto porque a guitarra distorcida de Duffy agora era nada quente e muito abrasiva e cerebral. Era uma baita mudança, ainda que soasse como The Cult devido aos consistentes e poderosos vocais de Ian Astbury. Sobre riffs totalmente metálicos e uma bateria frenética, dava para imaginar que eles haviam ouvido bastante o Nine Inch Nails, mas mesmo com todos os efeitos e elementos industriais, permaneciam o velho The Cult, graças também aos refrões. Para fãs antigos, a banda trouxe duas faixas bem no estilo do "Sonic Temple": "Breathe" e "Nico", equivalentes a "Fire Woman" e "Edie (Ciao Baby)", respectivamente. Porém, exatamente esse tipo de fã certamente teve problemas em se ajustar àquele som. A música ainda mantinha muita energia, mas agora era Alt-Metal do novo milênio, sem cair em clichês. Embora Matt Sorum já tivesse excursionado com eles em 1989, esta era a primeira vez gravando em estúdio. O álbum alcançou o nº. 37 nos EUA, mas as vendas logo caíram chegando a menos de 500 mil cópias no mundo todo. Astbury depois descreveria a experiência de trabalho na Atlantic como horrível referindo-se às tentativas deles alterarem letras, a capa e até decidir os singles. A relação com a gravadora azedou e ela acabou não realizando a promoção adequada. LeNoble participou das datas iniciais da turnê, mas foi Billy Morrison quem tocou baixo na maior parte dela. A parte europeia foi cancelada devido aos ataques de 11/set e mesmo a parte norte-americana foi um desastre.
Um show em out/2001 no Grand Olympic Auditorium, em Los Angeles, foi filmado e lançado em DVD. Após o final da turnê, em dez/2001, a banda se separou novamente com Astbury se juntando aos membros sobreviventes do The Doors para excursionarem no projeto-tributo "The Doors Of The 21st Century" (depois renomeado "Riders On The Storm", por causa de ações judiciais movidas pela família de Jim Morrison e pelo baterista John Densmore, que não pode participar por motivo de saúde). Astbury, após isto, passou a trabalhar num novo álbum solo. Duffy voltou a mexer com o Coloursound (junto com o baixista Craig Adams e com o cantor Mike Peters). Sorum envolveu-se com o Velvet Revolver. Em 2003, todos os álbuns do The Cult foram relançados com bonus tracks. Em 2006, a banda se reuniu para a "Return To Wild World Tour". A formação era Astbury (vocais), Duffy (guitarra principal), John Tempesta (bateria), Mike Dimkich (guitarra-base) e Chris Wyse (baixista). O primeiro show aconteceu em mar/2006 em San Francisco, CA. A turnê inteira foi gravada e o CD de cada show era vendido logo após o show pela empresa "Instant Live". Eles viajaram pelo Canadá, Bulgária, Polônia, Sérvia, Reino Unido, fechando na América do Sul naquele dezembro. Duffy, então, começou a banda "Circus Diablo" junto com Billy Morrison (vocais), Matt Sorum (bateria), Brett Scallions (baixo) e Ricky Warwick (guitarra-base).
Em fev/2007, Astbury anunciou que voltaria a focar todas suas forças no The Cult e num novo álbum. Ele se juntou novamente a Duffy (mais Chris Wyse e John Tempesta, como músicos contratados), assinaram com a Roadrunner Records e lançaram "Born Into This", em out/2007. Talvez, a temporada com a turma do The Doors tenha feito bem, mas fato é que o Cult desse disco rugiu alto numa espécie de volta ao básico. Desde a primeira faixa, ficava claro: tratava-se de um álbum tão Hard Rock quanto "Electric" ou "Sonic Temple". Deixando de lado experiências, Art Rock e outras viadagens, a dupla descia a borduna do jeito que melhor lhes convinha. Muito ocasionalmente surgia algo do passado gótico pós-Punk, mas a maioria total do álbum era o mais pesado e grosso Hard Rock que eles gravaram desde os anos 80. "Dirty Little Rockstar", "Diamonds", "Holy Mountain", eram todas pauladas violentas com Astbury cantando muito e cheio de força, Duffy detonando a guitarra, ambos sob a produção completamente adequada de Martin "Youth" Glover (baixista do Killing Joke). A banda tocou em festivais e excursionou (abriu para o The Who na Europa). Em mar/2008, iniciaram um turnê pelos EUA/Canadá e alcançaram o Brasil em outubro daquele ano. Em 2009, anunciaram intenção de excursionar tocando o clássico álbum "Love" na íntegra, celebrando seu relançamento e sua "Omnibus Box Set" (de 4CDs), o que aconteceu no verão de 2009. A banda entrou em 2010 continuando a "Love Live Tour" pelo Reino Unido, Nova Zelândia, Austrália e Japão. Eles então gravaram o EP de 4 faixas "Capsule 1" (de ago/10), produzido por Chris Goss e anunciado como o primeiro de quatro a serem lançados. No formato dualdisc (de um lado CD, do outro DVD) não tocava em todos os CDplayers e o EP foi muito difícil de encontrar (havia uma versão em pendrive, outra em download e uma raríssima em vinil). Mas para quem se esforçou, valeu a pena. A parte de vídeo era abstrata e louca (um curta metragem de Astbury e Rick Rogers), mas a de áudio era sensacional. "Every Man And Woman Is A Star" era uma faixa absurda, uma triunfante volta do grande The Cult. "Siberia" mantinha o nível numa atmosfera lúgubre e batidas góticas. Ambas demonstravam lados diferentes e complementares da banda. Ainda havia duas ao vivo, "Rain" (talvez, em sua melhor versão live) e "Brother Wolf, Sister Moon".
Em nov/10, eles lançaram no mesmo esquema "Capsule 2" com duas faixas, "Embers" e "Until The Light Take Us". Em mai/11, foi anunciado que o Cult havia assinado com a Cooking Vinyl Records para lançar um novo álbum. Eles voltaram-se para compor e gravar demos no seu estúdio "Witch Mountain", nas montanhas de Hollywood, CA. "Choice Of Weapon", de mai/12, co-produzido por Chris Goss e Bob Rock, era urgente, nervoso e radical. O baixista Chris Wyse e o baterista John Tempesta agora não eram mais músicos contratados, mas haviam tornado-se a seção ritmica mais poderosa da história do The Cult. Com Astbury em excelente forma e Duffy colocando sua guitarra bem à frente (onde ela sempre funcionou melhor), letras com imagens ritualísticas/místicas casadas com indignação político-social, riffs gigantescos e distorcidos, toda a banda fazendo vocais de apoio e empurrando Astbury para um desempenho sensacional e muito agressivo. Pelo ataque, pela solidez, pela criatividade, pela pulsação, "Choice Of Weapon" era o melhor momento do The Cult em 23 anos. Uma porrada, verdadeira herdeira de "Electric" e "Sonic Temple", prova de que a banda estava muito viva e quebrando tudo. "Lucifer", "Honey From A Knife", "The Wolf", "For The Animals", todas eram intensas e ótimas, forjadas em longos ensaios e emanadas de desafios pessoais/profissionais. Acima de tudo: o Cult tinha finalmente voltado a botar os culhões no trabalho. Em jul/13, a banda lançou "Electric-Peace", uma nova versão do clássico "Electric" desta vez agregado com sua versão inicial "Peace" (indisponível com a descontinuidade da super caixa "Rare Cult"). Mike Dimkich saiu e foi substituído por James Stevenson na guitarra-base. A banda lançou-se numa nova turnê mundial em que passou a tocar o álbum "Electric" na íntegra.
Durante todo o ano de 2014 circularam rumores de que a banda estava produzindo um álbum de inéditas. "Hidden City", muito postergado só foi lançado em fev/16. Anunciado como parte final de uma trilogia "espiritual" iniciada com "Born Into This", representou a 5ª vez deles sob produção de Bob Rock. Considerando que consistência não era uma palavra recorrente na discografia deles e que "Choise Of Weapon" esbanjava inspiração, como seria esse novo trabalho? Bem, ele meio que representou um resumo de todas as fases da banda. O primeiro single, "Dark Energy", foi uma excelente escolha de faixa de abertura. De cara, apresentava uma pedrada animadora com a dupla Duffy/Astbury tremendamente forte e mostrando autoridade. "G O A T", a sétima faixa, era ainda melhor, explodindo com força total. "Hinterland" combinava texturas anteriormente encontradas em "Sonic Temple" e em "Ceremony". Sua guitarra atmosférica, a melodia modal, a letra neo-hippie... "Deeply Ordered Chaos" e "In Blood" eram uma volta a "Dreamtime" e a "Love" simultaneamente. David Bowie surgia como referência aqui e ali, mas principalmente em "Lillies". "Dance The Night" era Gótico-Glam. O problema é que o álbum continha alguns fillers: "Birds Of Paradise" era um ideia inacabada e soava como uma demo; "Avalanche Of Light" era outra rascunhada; as duas últimas, "Heathens" e "Sound And Fury" eram bobas e nunca deveriam ter sido gravadas. "Hidden City" teria sido um ótimo disco se tivesse sido lançado como um EP. Acabou fechando a tal trilogia de um modo bem insatisfatório. Entre as últimas notícias, sabe-se que Chris Channey (ex-Jane's Addiction) assumiu o baixo. A banda segue em plena atividade.
Show, uma banda de fato atemporal
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